Articles
in academic journals
O artigo examina o som dos documentários experimentais do movimento Free Cinema, engendrando aspectos das contingências e tendências documentárias que lhe precederam e sucederam. Ao analisar o contexto, destaca-se a fase de transição das ditas práticas documentárias clássicas para as modernas, especialmente no que diz respeito à estética e ética da prática sonora. Através de estudos de caso dos principais filmes do Free Cinema, o texto busca elucidar como essas obras, ao passo que prefiguraram tendências e estratégias sonoras das décadas subsequentes, também afloraram as contingências históricas do fazer documentário que lhe antecedeu.
O artigo revisita as noções de “voz de Deus” e “vozover” no âmbito dofilme documentário clássico. A partir de fontes fílmicas e textuais primárias, busca-sedemonstrar que tais expressões, por não suportarem as variadas perspectivas estilísti-cas e éticas do documentário clássico, devem ser reproblematizadas, apontando para aexistência de um campo mais complexo e diverso naquilo que envolve a presença davoz.
Abordo nesse artigo a temática do som direto no cinema documentário. Mais especificamente, discuto as variadas circunstâncias de tomada sonora da voz que se estabelece no cinema direto dos anos 1960. Trabalho os argumentos com base em quatro eixos: (a) o protagonismo da voz; (b) o controle e não controle da emissão da voz; (c) a separação da voz e da imagem; (d) a voz no evento versus a voz no cotidiano. Palavras-chave: documentário; som direto; trilha sonora; voz; cinema direto.
​Análise do álbum México 70 de Wilson Simonal, lançado pela gravadora Odeon mexicana em 1970. Buscamos compreender como as dimensões internas do disco, especialmente no que tange às orientações estético-musicais, condensaram alguns conflitos simbólicos presentes no processo de internacionalização da cultura e da consolidação da indústria fonográfica no Brasil. Após articular as relações entre futebol, imprensa, música popular e Estado com uma apreciação musical de cada faixa do álbum, confrontamos nossas conclusões com alguns conceitos recorrentes na literatura que trata da cultura e da música popular brasileira na década de 1970, a fim de sugerir um possível enfoque analítico para pensar a relação entre música popular brasileira e o contexto político-cultural desse período.
Tendo-se como premissa a saliente capacidade mimética que têm as canções de Jorge Ben Jor, é analisada nesse artigo a música País Tropical, de sua autoria, em duas distintas versões: a de Wilson Simonal e a da Tropicália, ambas de 1969, sob as quais busca-se verificar como ocorre o processo de reformulação do discurso, ufanista no primeiro e alegorizador do nacionalismo e dos produtos da indústria cultural no segundo. É notado, sobretudo, um trajeto de ressignificação que ultrapassa os limites da simples variabilidade interpretativa, inerente a qualquer objeto de análise, e que se caracteriza especialmente pela autenticidade com que a canção é transformada para o, e não apenas pelo, contexto.
Resenha de: PERNISA JUNIOR, Carlos (org.).Vertov: o homem e sua câmera.Rio de Janeiro: Muad X, 2009.
Holly Rogers é professora do departamento de Música da Goldsmiths, Universidade de Londres. Seus interesses como pesquisadora envolvem as interações da música e do som com imagens e espacialidades em filmes experimentais, documentários, videoartes, videoclipes, games, artes visuais contemporâneas, instalações interativas, incluindo os campos da arquitetura e literatura. Importante parte do seu foco recai sobre os domínios da transmidialidade, performance, imersividade sonora, interatividade e das novas mídias e plataformas digitais. Nos últimos anos, lançou obras fundamentais para se compreender a história e teoria do som no audiovisual do século XX e contemporâneo. A entrevista percorre esses temas.
This paper analyzes the autobiographical documentaries My Survival as an Aboriginal (1978) and My life as I live it (1993), by Essie Coffey. We aim to localize Coffey’s work historiographically and theoretically in relation to American, European, Australian and Latin American documentary traditions, pointing out aspects of racial and gender identity and class alterity. Our analysis of these films indicates innovative methodological and thematic intersections between autobiographical narratives and social and race issues as well as highlighting the potential autobiographical narratives have to update both personal issues and issues of collectivity.
Neste artigo, lido com pensamentos e práticas sonoras do domínio documental em momentos-chave de sua conformação, especialmente das décadas de 1930 e 1940. Busco colaborar com a construção de uma teoria e história do som fílmico no documentário e, também, com uma espécie de pré-teoria e pré-história do sound design no cinema, debruçando-me sobre transposições, inversões e interpolações da música, voz e ruído nos arcabouços fronteiriços que dividem as típicas funções de cada uma dessas três pistas na trilha sonora. A partir de escritos da época e de análise fílmica, trago para a discussão perspectivas sobre a teoria e prática do som no documentário que podem contribuir com o campo de estudos do som no audiovisual.
Neste artigo, lido com pensamentos e práticas sonoras do domínio documental em momentos-chave de sua conformação, especialmente das décadas de 1930 e 1940. Busco colaborar com a construção de uma teoria e história do som fílmico no documentário e, também, com uma espécie de pré-teoria e pré-história do sound design no cinema, debruçando-me sobre transposições, inversões e interpolações da música, voz e ruído nos arcabouços fronteiriços que dividem as típicas funções de cada uma dessas três pistas na trilha sonora. A partir de escritos da época e de análise fílmica, trago para a discussão perspectivas sobre a teoria e prática do som no documentário que podem contribuir com o campo de estudos do som no audiovisual.
Conceitualização da expressão "Imagética Musical".